hoje às minhas mãos um precioso livro que muito amo, o meu primeiro livro de Eugénio de Andrade comprado numa feira de alfarrabistas com os últimos trocos que tinha no bolso e que serviriam para um maço de cigarros. morta de saudades corri à espalanada mais próxima e, acompanhada de um café com gelo, deliciei-me com aquelas páginas sujas, riscadas, sublinhadas, a lombada inchada e escurecida (resultado de um esquecimento do dito numa varanda aliado a uma chuva de verão inesperada). o meu volume de "Primeiros poemas""As mãos e os frutos""Os amantes sem dinheiro", está muito maltratado, mas são cicratizes de amor, marcas de dedicação e provas de uma das relações mais queridas que alguma vez tive com um livro. decidi escolher um poema para postar mas a selecção provou ser mais dificil que esperava. após penoso escrutínio aqui vai:
"Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei."
1 comentário:
hum... que bom! Eugénio...
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