quarta-feira, fevereiro 22, 2006

hoje estou assim

citando os próximos VI

"A menina dança? Então dance prái!"
Pedro Lordelo

domingo, fevereiro 05, 2006

citando os próximos V

"Só queria ser um chinelo
Um chinelo que tu usasses
Para ir onde tu isses
Para estar onde tu estasses."
Tiago César

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

“Memories…

Like the colours of my mind, whispered words upon a memory of the way we where…”
( pronto, já chega de música piegas)
Ontem à noite enquanto arrumava alguma da roupa que emprestava ao meu quarto um ar caótico, derrubei uma das muitas caixas que possuo (tenho a mania de desorganizar tudo em caixas, é uma obsessãozita…), detive-me na operação de arrumação (que tinha começado tão bem…) e dediquei-me a explorar o conteúdo da dita. Trata-se de uma caixa que me ultrapassa em idade que eu adoptei aquando uma das minhas explorações de velhos guarda-fatos. Com o tempo fui guardando um pouco de tudo, principalmente papelinhos, papelinhos e mais papelinhos. Papelinhos com as poesias favoritas dos poetas favoritos, papelinhos com más poesias da minha autoria. Papelinhos com letras de músicas, ou com citações, inventários de bijuterias, listas de prendas que desejava receber no natal, listas de livros que pretendia adquirir. Cartas que me escreveram, cartas que nunca enviei. Caderninhos de dedicatórias de colegas dos quais já não me lembro. Um envelope cheio de pétalas de rosas em jeito de recuerdo de uma certa prenda de aniversário. Vários postais com os actores do Bervely Hills 90210 (don’t ask!). Uma caixita de cartão onde estava guardado o meu primeiro tereré e uma nota: “Verão de 94, Algarve, Agosto, Caso não me lembre foram umas férias altamente e detestei o Algarve”.
Mas o melhor, o Top Ten dos papelinhos, eram as várias correspondências que mantive com algumas das minhas (ainda hoje), maiores amigas. Diálogos elementares em plena sala de aula:
“Amiga: Tens acetona em casa?
Eu: Sim, porquê?
Amiga: È que assim, amanhã quando fosses almoçar a minha casa levavas a acetona que eu estou farta deste verniz.
Eu: Tá bem, vou ver se não me esqueço.”
E correspondência séria, life changing mesmo!
A partilha de segredos, de emoções, de pequenas tragédias interiores que dilaceravam a nossa curta existência, revelações bombásticas, reflexões sobre a vida, os amigos, os rapazes, os amores não correspondidos, os correspondidos, os que corriam mal, as poesias de Pessoa e de Eugénio que mais adorávamos, juras de eterna amizade, de fidelidade total àquele nobre sentimento que nos unia…
Sentada no chão frio do meu quarto, tive de admitir que tive sempre muita sorte com as amigas, e que ainda hoje sou abençoada com exemplares momentos de partilha. Com ou sem papelinhos, posso dizer que tenho uma sorte do caraças!
Um brinde às minhas AMIGAS!