domingo, janeiro 29, 2006

citando os próximos IV

"Foda-se, caralho, puta que pariu, vai comer merda à discrição, fala pá piça que os colhões estão a gravar, xupa aqui que amanhã cagas um queijo: LIMIANO, cala-me esses cornos, baita fodere, julgas-te um ICC e tens a PDM..." (e continua)
Paulo Gonçalves

sábado, janeiro 28, 2006

dúvidas

  • Deverei incluir no meu curriculum as minhas habilidades para fazer ponto cruz, ler compulsivamente e pintar estantes?

  • Qual o melhor castigo para um cão que te desenterra as plantas e espalha a terra pela casa toda? (além de usá-lo como fertilizante para as próximas plantações, desse já me lembrei eu)
  • O que fazer com o mesmo cão se depois de ter roído uns quantos antibióticos ele começar a correr desenfreado com os meus chinelos na boca?

talentos

Li no lugar da papoila uma reflexão deveras interessante sobre talentos. Perguntava-se a papoila quantos de nós viveríamos a rentabilizar os nossos talentos e quantos de nós passaríamos os dias a pensar no que poderíamos ter sido se tivéssemos investido em nós na altura devida. Não está em mim a capacidade de avaliar esta pertinente questão social. Prefiro antes fazer um apontamento pessoal. Não sei se posso dizer se tenho este ou aquele talento. Tenho é coisas que me dão particular prazer em fazer e que se puder vou fazer com que a minha vida me permita fazer isso. Passei muito tempo da minha vida a ignorar a minha pulsação, a desprezar os sinais e a dar ouvidos a pessoas que, conscientemente ou não, foram deixando marcas indeléveis. No torpor fui-me esquecendo de mim. E um dia sem que tenha dado conta acordei sem me saber adormecida. Voltei a escrever (sim, estes posts execráveis fazem parte do processo), voltei a ler como se não houvesse amanhã, voltei a cantar sem ter medo que me dissessem que estava fora do tom, voltei a passar tardes idílicas na cozinha a fazer tartes e a criar receitas. Descobri que sou óptima numas coisas e péssima noutras, mas divirto-me sempre a fazer qualquer uma delas. Optei e fiz escolhas difíceis. Decidi que jamais me deveria obrigar a fazer seja o que for se me desse conta que isso só me faria mal. Apostei e continuo a apostar em mim e a investir naquilo que eu sei que posso ser. Faço isto tudo mesmo quando estou borrada de medo, não ligo e tento seguir em frente, pois se o medo pode ser bom conselheiro também é aguilhão torpe que nos impede de seguir caminho. E é nos momentos em que estou mais balançada, irritada ou desiludida que me surge um qualquer sinal. Sim, paulocoelhices à parte, os sinais aparecem. No último fim-de-semana conheci uma pessoa excepcional, que é o verdadeiro exemplo de que se devem perseguir sonhos e fazer auto-investimentos. O Manel é uma verdadeira inspiração e a razão pela qual em continuo a achar que ter fé em nós é a melhor maneira de conseguirmos seja o que for.
Claro que continuo sem saber o que fazer da minha vida mas pelo menos tenho fé.

nota. depois de reler o texto posso concluir que ando a tomar anti-depressivos a mais...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Porquê que odeio os meus vizinhos

Muito se poderia dizer sobre os meus vizinhos de cima, mas começo por apresentá-los. São dois meninos que cursam desporto, usam cabelo-à-foda-se e fazem-se transportar num smart cinza-prata. Enfim, uns betos da pior espécie. Não bastasse isso são péssimos vizinhos. Os meninos não têm noção mínima de civismo, não cumprimentam as pessoas nas escadas, batem o olho no chão quando saem do elevador e nem sequer fazem festinhas ao cão. Têm o hábito de fazer barulho às tantas da manhã com os seus amigos boçais a correrem de um lado para o outro enquanto emitam locomotivas e reproduzem sons simiescos. Devido ao isolamento precário da construção sou presenteada com os seus diálogos dos quais apenas retiro uns frequentes foda-se, caralho , merda e puta que o pariu, por vezes todos na mesma frase. Têm a mania de (tentar) sabotar as aulas de canto das meninas (nós) juntando os amigos e as namoradas (munidas de saltos altos), tachos e panelas e fazendo um barulho infernal na pueril esperança de que com isso o “nosso barulho” acabe. Faço notar que as nossas aulas começam às duas da tarde e terminam, no máximo, às sete. Um horário, perfeitamente razoável e que jamais incomodaria pessoas de bem. Mas os meus vizinhos deixaram bem claro que não são pessoas de bem no dia em que me colaram a campainha da porta com um palito, e tiveram a delicadeza de o confirmar no dia em que escusando-se ao berreiro durante as aulas de canto, resolveram vingar-se dando marteladas no chão-deles-nosso-tecto até às duas da manhã. Uns autênticos doces!
Mas tudo isso eu suportaria com a minha usual magnanimidade “são jovens, não sabem o que fazem…”, não se desse o caso de, aliadas a estas todas capacidades sociais, os meninos em questão terem um péssimo gosto musical. Mas péssimo mesmo. Nada de brincadeiras! É usual ouvir do apartamento de cima coisas aberrantes como o “Morango do Nordeste” ou o saudoso êxito do King África, “Bomba”. É factual que os meninos pararam no tempo e ainda por cima, num mau tempo. Qual não é o meu espanto quando há uns dias oiço um dos meninos a varrer enquanto cantarolava aquele antigo êxito de que já ninguém se lembrava: I’m a big big girl in a big big world… Fiquei estática de terror ao imaginar o imberbe boçal de vassoura na mão, com um ar de doméstica enquanto cantarolava a música em falsete. Com os brutos e mal-educados posso eu bem, mas orangotangos românticos? Isso é que não!

Para aqueles

que não gostam de coros(não eu) ou de coiristas (como eu) e em jeito de "ora toma lá!" à lá Zé Pobinho, façam o favor de dar um saltito aqui.

citando os próximos III

"Nem que eu seja o o maior corno da Régua hei-de casar com aquela mulher!"
Conhecido da terra

sexta-feira, janeiro 13, 2006

citando os (mais ou menos) próximos II

" Cão que ladra ao dono... puta que o pariu!"
Tio do Giga

sugestões para o fds II

  1. Não ir ao cinema!
  2. Aproveitar o (mau) tempo para ler:

  1. "A mente perversa de Mr. J.G. Reeder", Edgar Wallace

O Sr. Reeder é um detective privado que trabalha para o gabinete de promotor público. O Sr. reeder é um individuo de aspecto singular, de expressão fechada que foi abençoado por um poderosíssimo poder de dedução. O Sr. Reeder atribui esta sua ultima capacidade a uma peculiaridade do seu carácter: "É uma desgraça, mas é verdade. Vejo mal em tudo...tenho a mente de um criminoso." Para quem gosta de policiais e mesmo para quem não gosta nada. É entusismante deliciarmo-nos com a mente preversa de Mr Reeder.

"Timbuktu", Paul Auster

Mr. Bones é um cão de raça indefenida " e para piorar ainda mais as coisas, tinha umas rebarbas de porcaria espichando do pêlo andrajoso, fedores vários emanando da boca e uma perpétua tristeza injectada de sangue espreitando nos olhos." Mas Mr. Bones é um cão de grande inteligência, percebe tudo o que o dono diz. O dono William Gurevitch é um vagabundo-poeta-errante. No fim dos seus dias e depois de ter percorrido toda a América com Mr. Bones deslocam-se a Baltimore onde William pretende encontrar a sua velha professora de Inglês para lhe entregar os seus escritos e confiar o seu cão. Sobre este livro Salman Rushdie disse:"Um livro extraordinário" e eu digo que o senhor Rushdie tem toda a razão. Cada vez mais Paul Auster é um dos meus autores favoritos.

"Nome de Toureiro". Luis Sepúlveda

Sepúlveda estreia-se no estilo de "romance negro" com escepcional mestria. (aliás, não se poderia esperar outra coisa!). Dois personagens obscuros são contratados para descobrir um tesouro precioso que havia desaparecido da prisão de Spandau, durante os anos do nazismo. Um, Belmonte, o que tem nome de toureiro, anda clandestino desde que fugiu do Chile e após ter lutado "pela causa" noutros paises; o outro Frank Galinski é um militar do antigo regime a quem a queda do muro de Berlim o deixa no desemprego e entregue a uma progressiva pobresa. Ao longo do desenrolar da história somos levados a reflectir sobre as ideologias autoritárias em várias das suas frentes. "Benditos sejam os cinco mandamentos da clandestinidade que facilitam os movimentos dos seus filhos bem amados, de acordo com os quais se deve saber quais os bares onde as retretes têm janelas, que obrigam uma pessoa a ter apartados postais onde ser guardam documentos e os escassos bens, a ter sempre à mão um bilhete da linha aérea nacional e para a cidade mais importante, a soletrar os nossos nomes com todas as letras para aparecerem bem transcritos nas lista de passageiros. e a ter como uma amante uma putéfia com quem se deve ser generoso sem pedir em troca nada que a envergonhe." Livro para ser lido, relido e reflectido.

recordando o último fds...


No último fim de semana a menina foi ao cinema, antes a menina tinha comprado uma prendita pó papá e almoçado num tasco de fast-food... tudo muito burgês como podem ver... Como ainda faltava algum tempo para o filme que a menina queria ver, a menina ficou a fazer tempo... Péssima ideia! Porque a menina, ao contrário das aparências não é burguesa e qualquer espaço de tempo passado num antro de consumismo sem que esteja realmente a consumir é, para a menina a mais dolorosa das torturas (A menina até hoje não compreende o conceito de ir passear para ao shoping...e ainda bem!). Assim quando finalmente chegou a hora do filme a menina estava com uma valente dor de cabeça e com muito mas mesmo muito pouca paciência. Eis que a menina entra na sala de cinema que o menino da entrada lhe tinha apontado e se depara com uma plateia em quea grande maioria eram crianças... a menina confirmou com os pares e sim, era mesmo esta a sala certa...
O filme era o Oliver Twist de Roman Polansky.
O filme é para maiores de 12 anos.
Toda a gente sabe que Oliver Twist é uma história sobre um menino que passa 90% do tempo a ser maltratado pelos graúdos e pelos outros meúdos.
Toda a gente sabe que Roman polanski não é o tipo de realizador simpático que até era capaz de alterar a história para não ferir susceptibilidades (hábito americanóide que eu abomino).
TODA a gente pode concluir que Oliver Twist não é o tipo de filme para onde as pessoas devem levar os filhos, especialmente se eles não têm mais de 12 anos e ainda mais se se der o caso de os miudos não dominarem ainda a arte da leitura, o que dificultará a compreensão do enredo.
TODA A GENTE SABE NÃO É?
Pois, TODA a gente MENOS o senhor que estava sentado à minha frente com dois rebentos. O paizinho zeloso não querendo que a prole perdesse pitada do que se desenrolava no ecran passou o filha-da-mãe-do-filme todo a ler as legendas aos garotos, a dar explicações pontuais e a esclarecer as dúvidas da garotada. Parecia assim, tipo... aquilo que os pais por regra fazem com os filhos em CASA, onde não incomodam NINGUÉM, excepto é claro, os próprios filhos...
Fiquei possessa!
Na segunda parte do filme quando o Oliver Twist aparece depois de ter sido recolhido pelo velhote e está todo alperaltado uma das crias virou-se para o pai e perguntou:
-papá, porquê que ele está assim vestido?
Sem dominar a minha raiva e cuspindo pipocas grunhi:
-Porque tomou banho, caralho!
(...)
Não sei se o papá ouviu... mas o que é certo é que o fado continuou e mais para o fim a criança estava tão saturada (pudera, o filme dura duas horas e pico!), que nem sequer no lugar ficava e nem controlava o tom da voz fazendo as perguntas alto e bom som, sem que o pai o repreendesse.
Claro que aqui a menina saiu do cinema pior do que entrou: monumental dor da cabeça e uma vontade enorme de fazer uma laqueação de trompas!
Nota: O filme é recomendado apenas àqueles que não se lembram demasiado bem da história (que, infelizmente era o meu caso). Destaque para o desempenho de Ben Kingsley , que está excepcional e uma nota de apreço pelo garoto que consegue sempre manter aquele ar de rato enfezado tal como é suposto.

terça-feira, janeiro 10, 2006

hoje...

acordei de mau humor... pensando bem acho que ainda estou de mau humor....

segunda-feira, janeiro 09, 2006

tá dificil...



  1. dia: 4 cigarros
  2. dia: 16 cigarros
  3. dia: 4 cigarros
  4. dia: 11 cigarros

...tá dificil...

sexta-feira, janeiro 06, 2006

citando os próximos I

"Quem te desse com um gato morto até que ele ladrasse..."
Cândido Cardoso

sugestões para o fds


"A morte de um apicultor"

Lars Gustafsson

Depois da morte de Lars Lemmart Westin,o narrador recolhe textos do próprio dispersos entre vários cadernos e misturados com listas de compras, afazeres e desabafos de um homem que na Primavera descobre que não sobriverá até ao Outono... "Não nos rendemos. Recomeçamos!"

"Contos apátridas"

de Bernardo Atxaga, Santiago Gamboa, Antonio Sarabia, Jose Manuel Fajardo e Luís Sepúlveda

Trata-se da reunião de cinco contos de cinco autores que têm em comum além da lingua materna (espanhol), uma colectiva sensação de não pertencerem a nacionalidade nenhuma em particular... Cada um dos contos traz-nos personagens igualmente apátridas. Torna-se-me difícil escolher o melhor entre eles, são todos de uma qualidade incontestável!..." O importante nem sempre é vencer, artolas!"

(sem imagem) "Dezoito tentativas para se chegar a santo"

Jean Vautrin

Compilação de 18 contos. Destaque para o conto que dá o nome à compilação e para "Rosa, por assim dizer". Não me tirou o sono, mas também não é uma completa perda de tempo... "...mais vale isto do que ser atacada a ferro quente por uma engomadeira!"

Nota: Não temam sequer por um momento que aqui a amiga pretenda tornar-se crítica literária! Trata-se apenas de uma fase de leitura compulsiva (impulsionada pelo excesso de tempo livre causado pelo desemprego), que se me torna possível apenas por numa fase anterior eu ter tido uma compulsiva vontade de comprar livros sem nunca os ter lido. Dedico-me agora a esgotar o stock de livros não lidos...

quinta-feira, janeiro 05, 2006

a minha litania

"I have confidence in sunshine,
I have confidence in rain.
I have confidence that spring will come again!
Besides, which you see I have confidence in me!"*

Estou constantemente a cantarolar esta musiquinha, o dia todo non stop. Enquanto conduzo, no chuveiro, enquanto corto os legumes para a sopa, enquanto faço ponto cruz, no caminho do café, no café entre meias-de-leite, enquanto escovo o cabelo, enquanto afio metódicamente os lápis de olhos, enquanto faço contas a ver se vou sobreviver este mês, enquanto tento não pensar em fumar mais um cigarro, mesmo antes de adormecer e logo ao acordar... lá está a musiquinha a martelar-me na cabeça ineterruptamente...e ainda por cima é sempre esta parte porque não sei o resto da letra!
Estou, portanto, numa fase de (irritante) positivismo!
Deve ser da medicação...

*Julie Andrews em "Sound of Music"
Para ouvir a musica e conhecer a letra toda ir aqui.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

recomendação da semana


"Os filhos do capitão Grant"
Júlio Verne

Altamente recomendável meus amigos! Uma aventura à volta da terra ( e uma lição de geografia), que nos permite viajar pela Patagónia, Ilhas de Tristão de Cunha, Ilha de Amestardão, Austrália e Nova Zelândia. Uma world tour pelo paralelo 37 onde podemos contar com enigmas, condores gigantes, kiwis, aborígenes e aqueles-nativos-da-nova-zelândia-que-não-me-lembro-o-nome.

Passo aqui a palavra!

segunda-feira, janeiro 02, 2006

ora cá está o novo ano

e carmuue que devia fazer um qualquer post irritantemente positivista e cheio de grandes esperanças para este ano de 2006 limita-se a transcrever um coment que fez no blog de uma amiga:
"Sou uma portuguesa sem dinheiro, sem emprego, sem paciência mas com esperança e movida a ânimo de conseguir algo e obter seja o que for..."