quarta-feira, abril 26, 2006

citando os próximos XIII

"A couve é nossa!"
Fernando Martins

terça-feira, abril 25, 2006

segunda-feira, abril 24, 2006

in the mood for...

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

One of these mornings
You're going to rise up singing
Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky

But till that morning
There's a'nothing can harm you
With daddy and mamma standing by

Composição: George and Ira Gershiwn

citando os próximos XII

"O presunto é o Rei dos enchidos!!!"
Giga

quinta-feira, abril 20, 2006



I'll be right back on the wall!

terça-feira, abril 11, 2006

a ana lúcia é especial


Conheci a Ana Lúcia no meu primeiro ano da universidade, vinha transferida de outro curso, acho que era enfermagem. Como não era caloira não covivíamos muito com ela mas em breve a sua presença impôs-se entre nós. A Ana Lúcia era especial, circulavam histórias sobre ela a todo o vapor. A maior parte delas prendiam-se pelas perguntas singulares que dirigia aos profs, já agora, tratava-os sempre por sr. doutor, o que eles odiavam, até porque a a maioria não eram senhores doutores coisíssima nenhuma. As perguntas eram de tal ordem que punha toda a gente a pensar se ela era realmente fraca de ideias ou se estava apenas no gozo. Tinha um cabelo oxigenado, era alta e usava óculos, vestia-se como a minha mãe se vestia quando tinha a minha idade, mas na altura percebia-se, era moda. Andava sempre com um guarda chuva XXL com o qual agrediu um colega nosso só porque ele disse qualquer coisa particularmente nojenta, não me lembro muito bem mas acho que tinha a ver com mucosas nasais. Foi minha parceira numa aula prática de química e como tinha tanto jeitinho como eu para manusear tubos de ensaio, a nossa experiência resultou num fracasso completo. Quando eu estava sorrateiramente a copiar os resultados dos colegas de lado ela vociferou: Ai não! Temos de repetir! A professora, que estava com tanta vontade de ficar mais meia hora no laboratório quanto eu, fingiu que não ouviu e eu lá consegui copiar os resultados. Quando consegui mudar de turma a química (eu fugia das aulas às oito da manhã como o diabo da cruz), a Ana Lúcia apanhou-me num corredor e de guarda chuva em riste acusou-se de só ter mudado de turma por causa dela. Lembro-me que houve um professor que um dia lhe disse taxativamente: O que voçê está aqui a fazer? Isto não é para si! Passados uns tempos a Ana Lúcia foi-se apagando da paisagem, não sei sequer se chegou a acabar o curso. Então porquê que estou a falar disto hoje? Porque a encontrei. Aliás neste ultimos sete (ou oito) anos encontro-a esporádicamente e é sempre a mesma coisa: em menos de um minuto e com três perguntas apenas consegue ficar sempre a saber da minha vida toda, ignora quaiquer questões que lhe faça e despede-se sempre com muita pressa de ir a qualquer lado. Mas desta vez, (ah!) ia ser diferente. Vinda do mercado e carregando dois ramos de flores e um de salsa (a verdadeira razão pela qual fui ao mercado), vi-a ao longe e pensei: hoje não me ganhas!
Lá veio ela toda sorridente na minha direcção espetou-me duas beijocas, ignorou a minha ingénua pergunta: Então que andas a fazer? e de uma rajada inquiriu: já cabaste o curso? estás a trabalhar? já fizeste o estágio? Respondi a tudo o mais rápido que pude para poder devolver as perguntas, mas não consegui, e lá foi ela com muita pressa, com o seu cabelo amarelo a esvoaçar ao vento.
A Ana Lúcia é especial.
( e não a ignoro porque continua a usar o mesmo tamanho de guarda-chuvas)

segunda-feira, abril 10, 2006

eu sou um

sábado, abril 08, 2006

citando os próximos XI

" O que as lojas de bebés/pré-mamãs têm em comum com as sex-shops é que ninguém percebe exactamente para que raio servem aquelas coisas todas."
Marisa Sousa

quinta-feira, abril 06, 2006

há pior (?)

segui

o sergy e o resultado foi este:


(acho que esta se qualifica como uma das coisas que eu preferia não saber....)

terça-feira, abril 04, 2006

"efectivamente escuto as conversas"

(na esplanada de um bar)
rapaz1- sabes, tentei contruir um blog depressivo...
rapaz2-sim, e então?
r1-não consegui...
r2-problemas com a net?
r1-não foi bem isso... não consegui escrever nada depressivo...
r2-isso foi pouco profissional da tua parte...
r1- pior! sempre que tentava escrever qualquer coisa, só me saiam piadas e mensagens positivas!
r2-bem, se calhar não estás deprimido?!
r1- pois se calhar não... mas não achas absolutamente trágico?
r2- o quê?
r1- um tipo como eu não estar deprimido...
r2- ???
r1- pensa bem: estou desempregado à sete meses, não sou bonito, não me sei vestir, as miúdas agem como se eu tivesse um sinete como os leprosos na idade média, vivo com os meus pais que já demonstraram, mais do que uma vez, que estão um bocadinho fartos de me ter lá por casa, o meu único amigo és tu, aliás nem sei como me aturas, se um dia mudas de cidade não tenho com quem tomar café, ninguém se ri das minhas piadas, nem tu! sou aquilo que se pode chamar de um incompetente social. e no entanto, não estou deprimido?! achas normal?
r2- nem um pouco! devias ser objecto de estudo antropológico...
r1- será que é aceitável um tipo defenestrar-se porque não está depressivo?
r2-seria uma infâmia, meu caro... e mais uma vez, pouco profissional.
r1- e será possivel eu ficar deprimido porque não consigo estar deprimido?
r2- se te esforçares o suficiente... ainda és capaz...
r1- ó pá não sei que faça...
r2-sabes? eu também não compreendo...
r1- que eu não esteja deprimido?
r2- não. não compreendo é como ainda te aturo...
(riram-se e mandaram vir mais finos e tremoços)

segunda-feira, abril 03, 2006

citando os próximos X

"porquê que as batatas grelam e os grelos não batatam?"
bitinho

domingo, abril 02, 2006

in carmuue's magazine (VI)

"Rapariga irritada mata homem irritante"
(cont.)
(…)Eu estava à espera que ele lutasse, mas não. Acho que esteve incrédulo até ao último momento. Mas depois era tarde demais. Não foi fácil matá-lo. Primeiro, com aquele sangue todo a jorrar, nem conseguia ver bem o que estava a fazer, e depois aquela gente toda aos gritos… desconcentra qualquer um! Quando ele tombou na mesa pensei: a ti Maria fez canja! Se eu soubesse tinha almoçado cá!
No café só estava eu e o sr. Almeida, tinha fugido tudo como se eu fosse matar mais alguém depois daquele. Esta gente é doida! (pensei eu). Pedi ao sr. Almeida para chamar a polícia porque tinha deixado o telemóvel em casa. E sentei-me à espera deles. Lembro-me de ter pensado: Afinal sempre matei o meu porco!
Devo-o ter feito em voz alta porque o sr. Almeida perguntou: disse alguma coisa menina? E eu disse-lhe que não era nada, que estava a falar com os meus botões, que fosse para casa que aquilo estava tudo uma porcaria que ainda se sujava e que depois a sua mulher não ia gostar nada. Pedi-lhe ainda que entregasse as minhas desculpas à ti Maria, coitada, não merecia que eu lhe tivesse sujo o café todo. Se ao menos aquele porco tivesse sangrado menos… mas não… até depois de morto irritava!
A Sra. Repórter que saber se estou arrependida? Ai que até parece o juiz! Digo-lhe o mesmo que lhe disse a ele. Não estou, nem um pouco arrependida. Sabe, há um limite para a quantidade merdas (desculpe a expressão), que uma rapariga pode aguentar. Eu sentia sempre uma pressão muito forte em dar a entender que eu achava que tudo era uma brincadeira, que ele não me importunava nada, mas acontece que às vezes ele tinha o poder de me estragar os dias. E isso não se faz a uma rapariga.
Não, não me incomoda a ideia de ficar presa por um bom tempo. Acho que vou aprender a falar mandarim. Dizem que são precisos 10 anos para a prender a fazê-lo realmente. E convenhamos, que disponibilidade de tempo não será propriamente um problema, certo?» A rapariga irritada piscou o olho, apagou o cigarro e deu por encerrada a entrevista.
A rapariga irritada não parecia irritada.
Fim.

sábado, abril 01, 2006

in carmuue's magazine (V)

"Rapariga irritada mata homem irritante"
(cont.)
A C’sM consegui uma entrevista em exclusivo com a rapariga irritada, o seu advogado disse-nos que ela até apreciava a nossa publicação. Não a irrita, percebe? Disse-nos ele. A equipa deslocou-se então ao estabelecimento prisional de VR onde se encontra actualmente a arguida.
«Aquele estava a ser um dia mau. Sabe aqueles dias em que parece tudo correr no sentido contrário, em que não há maneira de controlar o cabelo, decidir o que vestir ou encontrar um bom lugar para estacionar? Fui comprar a vossa revista a um quiosque e estava alguém a comprar o último exemplar. O único pacote de leite que havia no frigorífico tinha passado de validade, no trabalho parecia que tinham anunciado o fim do mundo e que toda agente tinha desistido de trabalhar menos eu. Estava eu no Tasco do Mandrião a tentar ler o Jornal de Notícias e a pensar: mas que diabo, ele é só desgraças! Nem um a noticiazinha simpática sobre um cão que foi adoptado ou uma criança que plantou uma árvore. Nada! Fechei o jornal com violência e pousei-o na mesa. Apareceu logo o homem irritante a perguntar se podia pegar nele. Eu disse que sim e ele pegou no jornal, mas antes de ir para a sua mesa disse qualquer coisa sobre eu estar especialmente comestível nesse dia. Olhei para ele cega de raiva. Não soube como responder. Eu respondo sempre, sou daquele tipo de mulheres que insulta os condutores de carros quando eles mandam piropos e manda para sítios menos agradáveis os senhores que trabalham nas construções. Naquele dia fiquei muda. Mas não foi bem por não saber o que dizer, foi mais uma sensação… de ter já dito tudo… de os argumentos possíveis estarem completamente esgotados… de… de chegar ao fim de um caminho… levantei-me com violência e fui para casa. Não sabia o que ia fazer para casa, afinal ainda me faltava uma tarde de trabalho. Mas naquele momento era o único local possível. Quando cheguei comecei a lavar a loiça do pequeno-almoço furiosamente, depois sequei-a e depois arrumei-a. Foi então que a vi. Estava na gaveta dos talheres, era um facalhão enorme. Lembrei-me do dia em que a comprei. Lembrei-me de ter pensado mais tarde: mas para que raio quero eu uma faca deste tamanho? Nunca a vou usar! A não ser, é claro, que vá matar um porco! Lembro-me que na altura ri-me, eu a matar porcos! Cruz credo! Mas naquele dia não me ri. Nem um pouquinho. Naquele dia soube porque tinha comprado a faca. Meti-a na carteira a voltei à Tasca. Dirigi-me ao homem irritante. Ele olhou para mim, sorriu e disse qualquer coisa que eu não ouvi. Quando viu a faca na minha mão ficou com os olhos muito arregalados, fixados primeiro da faca e depois em mim.
(cont.)