sexta-feira, setembro 29, 2006

"O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim
a ratos".

Alexandre O'Neill

visto aqui
ler completo aqui

quinta-feira, setembro 28, 2006

segunda-feira, setembro 25, 2006

há dias assim...

em que não apetece fazer mesmo nada... em que o máximo de actividade a que nos permitimos implica únicamente uma ida ao cinema no intuito de ver um filme qualquer... e que seja bastante mau, não interessa...
acho que é isso mesmo que eu vou fazer...

domingo, setembro 24, 2006

insólitos carmuue

local: ainda (quase ex) local de trabalho
situação: carmuue atende uma mesa de despedida de solteiro no feminino corrida a coca-colas(!!!!)
na mesa discute-se a recente despromoção Plutão (!!!!!!!)

cliente: (que fala agitada para as amigas de talheres de sobremesa em riste) e andávamos nós a decorar 9 planetas inteirinhos e, afinal, eram só oito!!!!!

domingo, setembro 17, 2006

vou de abalada

para a invicta para ver uns certos bichanos...

já está

entegue a minha carta de demissão... a saída de VR prenuncia-se e um recomeço impõe-se... venha o que vier será por bem, seja para onde for... deixei de procurar realização por questões geográficas... a geografia que importa é a do coração e essa está bem orientada, como nunca antes sei o meu norte, e conheço-lhe as coordenadas... são as mesmas do meu conhecimento e da minha emoção... seja para onde for que eu vá, seguir-me-á quem me quer bem...

"quem me amar irá de comboio"

sexta-feira, setembro 15, 2006

conselho de mim para mim

asssim de repente, e como dizia a menina sheryl:

"I think a change would do you good"

estou em espírito de mudança...

segunda-feira, setembro 11, 2006

hum..... folga....

sexta-feira, setembro 08, 2006

Menina ao acordar

"Começa sempre o dia
com água na cabeça

e com os lábios longe
de língua que a mereça."

visto aqui

quinta-feira, setembro 07, 2006

morre lentamente

"Morre lentamente quem não viaja; quem não lê; quem não ouve música; quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, quem não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão; quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos sem bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás dum sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar!"


Pablo Neruda

ontem

os meus vizinhos resolveram fazer limpezas às duas da manhã. resultado: está agendado um serviço de despertar para amanhã às nove com Carmina Burama

"Toda a acção resulta numa reacção."

quarta-feira, setembro 06, 2006

nada

nothing, nichts, 毫不, 决不, nada, rien, רבד םוש, niets, niente, Nihil, 아무것도, لا, nada, nada de nada…
nada é nada em qualquer parte do mundo, nada para beber, nada para amar, nada para sonhar, nada para comer, nada para pagar, nada de emprego, nada de vontade, nada de companhia, nada de paz, nada por que viver, nada por que lutar, nada que apaixone, nada que titile, nada que valha a pena perseguir, nada de novo, nada de importante, nada que se sinta, nada que se ache, nada que se possa, nada que se faça, nada que se entenda, nada que se deseje...
nada é nada, nada é só o que eu tenho
e até daria o que tenho... mas não tenho nada!

terça-feira, setembro 05, 2006

é tudo impossível de satisfazer

É tudo impossível de satisfazer
A nossa necessidade de consolo

é impossível de satisfazer
Stig Dagerman

E também a nossa sede de água
e de ar, de espaço,
são impossíveis de satisfazer

E de música (que não é bem esta)
e de straciattela
e de paz, e de guerra
tudo impossível de satisfazer

E de árvores, de baloiços,
de histórias,
dos bonecos da infância,
de cocaína,
de fluoxetina (ó estúpido)
tudo impossível de satisfazer.

lido e relido aqui

hoje

sai para beber uns copos e ganhei um sofá!

in insólitos carmuue

segunda-feira, setembro 04, 2006

too darn hot

TOO DARN HOT
(1948)(Cole Porter)

It's too darn hot
It's too darn hot


I'd like to sup with my baby tonight
and play the pup with my baby tonight
I'd like to sup with my baby tonight
and play the pup with my baby tonight
but I ain't up to my baby tonight cause
it's too darn hot
It's too darn hot

It's too darn hot
I'd like to stop for my baby tonight
and blow my top with my baby tonight
I'd like to stop with my baby tonight
and blow my top with my baby tonight
but I'd be a flop with my baby tonight
cause it's too darn hot,
it's too darn hot

it's too darn hot
I'd like to fool with my baby tonight
break ev'ry rule with my baby tonight
I'd like to fool with my baby tonight
break ev'ry rule with my baby tonight
but pillow you'll be my baby tonight
cause it's too darn hot
it's too darn hot
You Are A Chestnut Tree
You are a born diplomat with a well developed sense of justice.And even though you're impressive and intimidating, you're also fun to be around.You can be irritated easily, and you sometimes act superior.Nevertheless, you are sensitive of others feelings and very loyal.Sometimes you feel misunderstood and are fiercely close to those who know you best.

domingo, setembro 03, 2006

factum est!

Who Should Paint You: Pablo Picasso
Your an expressive soul who shows many emotions, with many subtletiesOnly a master painter could represent your glorious contradictions
What Artist Should Paint Your Portrait?

quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Mário de Sá Carneiro
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)